Selvino Heck *
Adital -
"1.000.000.000 de pessoas vive com fome crônica e eu estou louco de raiva". Com um apitaço, bandeira do Brasil na mão, conselheiros e conselheiras do CONSEA (Conselho Nacional de Segurança Alimentar), o representante regional da FAO para a América Latina e Caribe José Graziano da Silva e uma delegação de 40 conselheiros de segurança alimentar da América Latina e Caribe lançaram a campanha "1billionhungry" (um bilhão com fome, na tradução literal) esta semana em Brasília.
A campanha "1billionhungry" usa imagens e mensagens fortes para chamar a atenção para o problema e pedir um basta à fome. Um dos destaques é o vídeo promocional estrelado pelo ator britânico Jeremy Irons, no qual ele interpreta um personagem baseado na famosa cena do filme Rede de Intrigas (Network).
Uma petição on-line pede que os governos façam da erradicação da fome sua principal prioridade. E que as pessoas fiquem indignadas com o fato de que cerca de um bilhão de pessoas no mundo viva com fome.
O símbolo da campanha é um apito amarelo. A idéia é encorajar as pessoas a apitar contra a fome. "Deveríamos estar furiosos com o vergonhoso fato de que seres humanos ainda sofram de fome", disse o Diretor Geral da FAO, Jacques Diouf. "Se você se sente assim, quero que você dê voz à sua raiva. Todos vocês, ricos e pobres, jovens e idosos, em países em desenvolvimento e desenvolvidos, devem expressar sua raiva sobre a fome mundial assinando a petição global."
Se o mundo continuar no mesmo ritmo de redução da fome, o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio de reduzir pela metade o percentual de pessoas com fome até 2015 não será alcançado. De cerca de um bilhão de pessoas com fome, 642 milhões vivem na Ásia e no Pacífico, 265 milhões na África Subsaariana, 53 milhões na América Latina e Caribe, 42 no Oriente Médio e Norte da África e 15 milhões em países desenvolvidos.
Segundo José Graziano, América Latina e Caribe é a única região do Mundo que teve retrocessos em número de pessoas com fome por causa da crise econômica. Nesta região, "quem não trabalha não come". O único país que gerou empregos durante a crise foi o Brasil. "É um milagre".
Houve queda dos preços agrícolas no período, mas não houve queda de preços dos insumos. A cesta básica dobrou com a crise na maioria dos países. Assim, recrudesceu a pobreza, que vinha diminuindo em número de pessoas e em percentual. Hoje, América Latina e Caribe têm mais pobres e miseráveis que nos anos oitenta. São hoje 53 milhões de famintos quando eram 45 milhões em números absolutos. "Perdemos em três anos o que levamos quinze para avançar". Na Guatemala, há uma criança desnutrida para cada duas. Ao mesmo tempo, aumenta o sobrepeso. "Comemos pouco e comemos mal."
Segundo Graziano, os países com maiores recursos são os que têm maiores programas de segurança alimentar. Os que gastam mais têm menores índices de desnutrição infantil.
As razões deste quadro são principalmente três. Há pouca capacidade de reação dos países à crise econômica, o que tem a ver com os processos de privatização dos tempos neoliberais. Os países não têm, por exemplo, armazéns para armazenar os produtos ou bancos públicos para financiar a produção. O sistema tributário latino-americano é o mais injusto do mundo. Poucos países têm um mínimo de impostos sobre a propriedade, os chamados impostos diretos. Como a maioria dos impostos incide sobre o consumo, os impostos indiretos (ICMS, por exemplo), quando há crise, cai o consumo e cai a arrecadação de impostos. Na América Latina a redistribuição de renda, arrecadado o imposto, é de apenas 2% em média; na Europa chega a cerca de 30%. E, terceiro, "contam-se nos dedos os países que têm institucionalidade sobre segurança alimentar e nutricional". Poucos países têm leis que garantam o direito à alimentação ou conselhos e participação social na definição das prioridades. Os que têm, as leis são recentes, dos anos 2000.
Se olharmos o futuro, diz Graziano, as perspectivas não são boas. "Se repetirmos o padrão de recuperação da crise dos anos oitenta, os indicadores sociais levam o dobro do tempo para se recuperarem em relação aos indicadores econômicos. Como se estimam 12 anos para a recuperação econômica, seriam 24 para a retomada dos indicadores sociais."
A fome tem pressa, dizia Betinho Por isso, a urgência da campanha lançada para a FAO em todo o mundo, que deve recolher um milhão de assinaturas até o dia 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação. O CONSEA já está engajado. Falta agora engajar governos e sociedade. As assinaturas podem ser feitas por meios eletrônicos assim como haverá listas de assinaturas circulando em todos os lugares.
Informações: ascom@consea.planalto.gov.br
Adital -
"1.000.000.000 de pessoas vive com fome crônica e eu estou louco de raiva". Com um apitaço, bandeira do Brasil na mão, conselheiros e conselheiras do CONSEA (Conselho Nacional de Segurança Alimentar), o representante regional da FAO para a América Latina e Caribe José Graziano da Silva e uma delegação de 40 conselheiros de segurança alimentar da América Latina e Caribe lançaram a campanha "1billionhungry" (um bilhão com fome, na tradução literal) esta semana em Brasília.
A campanha "1billionhungry" usa imagens e mensagens fortes para chamar a atenção para o problema e pedir um basta à fome. Um dos destaques é o vídeo promocional estrelado pelo ator britânico Jeremy Irons, no qual ele interpreta um personagem baseado na famosa cena do filme Rede de Intrigas (Network).
Uma petição on-line pede que os governos façam da erradicação da fome sua principal prioridade. E que as pessoas fiquem indignadas com o fato de que cerca de um bilhão de pessoas no mundo viva com fome.
O símbolo da campanha é um apito amarelo. A idéia é encorajar as pessoas a apitar contra a fome. "Deveríamos estar furiosos com o vergonhoso fato de que seres humanos ainda sofram de fome", disse o Diretor Geral da FAO, Jacques Diouf. "Se você se sente assim, quero que você dê voz à sua raiva. Todos vocês, ricos e pobres, jovens e idosos, em países em desenvolvimento e desenvolvidos, devem expressar sua raiva sobre a fome mundial assinando a petição global."
Se o mundo continuar no mesmo ritmo de redução da fome, o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio de reduzir pela metade o percentual de pessoas com fome até 2015 não será alcançado. De cerca de um bilhão de pessoas com fome, 642 milhões vivem na Ásia e no Pacífico, 265 milhões na África Subsaariana, 53 milhões na América Latina e Caribe, 42 no Oriente Médio e Norte da África e 15 milhões em países desenvolvidos.
Segundo José Graziano, América Latina e Caribe é a única região do Mundo que teve retrocessos em número de pessoas com fome por causa da crise econômica. Nesta região, "quem não trabalha não come". O único país que gerou empregos durante a crise foi o Brasil. "É um milagre".
Houve queda dos preços agrícolas no período, mas não houve queda de preços dos insumos. A cesta básica dobrou com a crise na maioria dos países. Assim, recrudesceu a pobreza, que vinha diminuindo em número de pessoas e em percentual. Hoje, América Latina e Caribe têm mais pobres e miseráveis que nos anos oitenta. São hoje 53 milhões de famintos quando eram 45 milhões em números absolutos. "Perdemos em três anos o que levamos quinze para avançar". Na Guatemala, há uma criança desnutrida para cada duas. Ao mesmo tempo, aumenta o sobrepeso. "Comemos pouco e comemos mal."
Segundo Graziano, os países com maiores recursos são os que têm maiores programas de segurança alimentar. Os que gastam mais têm menores índices de desnutrição infantil.
As razões deste quadro são principalmente três. Há pouca capacidade de reação dos países à crise econômica, o que tem a ver com os processos de privatização dos tempos neoliberais. Os países não têm, por exemplo, armazéns para armazenar os produtos ou bancos públicos para financiar a produção. O sistema tributário latino-americano é o mais injusto do mundo. Poucos países têm um mínimo de impostos sobre a propriedade, os chamados impostos diretos. Como a maioria dos impostos incide sobre o consumo, os impostos indiretos (ICMS, por exemplo), quando há crise, cai o consumo e cai a arrecadação de impostos. Na América Latina a redistribuição de renda, arrecadado o imposto, é de apenas 2% em média; na Europa chega a cerca de 30%. E, terceiro, "contam-se nos dedos os países que têm institucionalidade sobre segurança alimentar e nutricional". Poucos países têm leis que garantam o direito à alimentação ou conselhos e participação social na definição das prioridades. Os que têm, as leis são recentes, dos anos 2000.
Se olharmos o futuro, diz Graziano, as perspectivas não são boas. "Se repetirmos o padrão de recuperação da crise dos anos oitenta, os indicadores sociais levam o dobro do tempo para se recuperarem em relação aos indicadores econômicos. Como se estimam 12 anos para a recuperação econômica, seriam 24 para a retomada dos indicadores sociais."
A fome tem pressa, dizia Betinho Por isso, a urgência da campanha lançada para a FAO em todo o mundo, que deve recolher um milhão de assinaturas até o dia 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação. O CONSEA já está engajado. Falta agora engajar governos e sociedade. As assinaturas podem ser feitas por meios eletrônicos assim como haverá listas de assinaturas circulando em todos os lugares.
Informações: ascom@consea.planalto.gov.br
Um comentário:
Na realidade as pessoas de um modo geral só conseguem enchergar o proprio umbigo,fome não da ibope pra ninguem,O importante é o Carnavl,o Futebol, o resto que se exploda.....e assim cumpre-se a palavra de Deus que diz;NOS ULTIMOS DIAS O AMOR DE MUITOS ESFRIARAO,SERAO MAIS AMIGOS DE SI PROPRIOS DO QUE DE DEUS.
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