quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Aos habitantes das cidades


Ed René Kivitz

Como podemos reagir à explosão de violência e terror que invadiram nossas cidades e nossas vidas nos últimos tempos? O que podemos fazer para não perdermos a alegria de viver, não nos alienarmos e não nos deixarmos dominar pelo medo e a insegurança? Podemos ouvir palavra de Deus:


"Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, a todos os exilados, que deportei de Jerusalém para a Babilônia: 'Construam casas e habitem nelas; plantem jardins e comam de seus frutos. Casem-se e tenham filhos e filhas; escolham mulheres para casar-se com seus filhos e dêem as suas filhas em casamento, para que também tenham filhos e filhas. Multipliquem-se e não diminuam. Busquem a prosperidade da cidade para a qual eu os deportei e orem ao Senhor em favor dela, porque a prosperidade de vocês depende da prosperidade dela'." (Jeremias 29.4-7)

"A justiça habitará no deserto, e a retidão viverá no campo fértil. O fruto da justiça será paz; o resultado da justiça será tranqüilidade e confiança para sempre. O meu povo viverá em locais pacíficos, em casas seguras, em tranqüilos lugares de descanso, mesmo que a saraiva arrase a floresta e a cidade seja nivelada ao pó. Como vocês serão felizes, semeando perto das águas, e deixando soltos os bois e os jumentos!" (Isaías 32.16-20)

Devemos lembrar que a cidade não é o lugar do nosso descanso, é nosso exílio. A monstruosa cidade, com suas relações humanas conflituosas, suas estruturas de poder carcomidas pela ganância e pela indiferença ao sofrimento alheio, suas redes criminosas de poder, seus justos acuados e seus valentes agredidos e mortos, não é outro lugar senão o ambiente do exílio, onde não nos sentimos em casa nem mesmo no conforto do lar.

Devemos nos alimentar da esperança: a justiça triunfará e a paz nascerá como o sol do meio-dia. Nascerá o sol da justiça trazendo tranqüilidade e confiança para sempre. Os que confiam em Deus habitarão lugares pacíficos, casas seguras e tranqüilos lugares de descanso, apesar da guerra, da peste, da morte e da fome.

Devemos resistir até a última gota de sangue e de lágrima. Resistir com amor, trabalho, diversão e arte. Continuaremos a viver romances, fazer amor e gerar filhos. Construiremos casas, plantaremos pomares e desafiaremos a morte nos lambuzando nos frutos do nosso trabalho. Cultivaremos jardins no meio do caos e encheremos o vale da sombra da morte com nossas flores.

Resistiremos com família e oração. Andaremos de mãos dadas com nossos filhos, nossos amigos, nossos irmãos. Ergueremos as mãos aos céus em oração e súplica pela cidade. Empreenderemos para a prosperidade da cidade e prosperaremos com ela. Continuaremos caminhando, cantando e servindo. Até chegar aquele dia, quando todas as vítimas serão acolhidas no reino de Deus e a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor como as águas cobrem o mar. No céu haverá festa sem fim. E o inferno ficará em silêncio.

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