sábado, 26 de setembro de 2009

Deus e o homem, parceiros de um trato: A Liberdade

"Questiona-se a razão de Deus não dizer: "Eu sou o Deus de Abraão, Isaque e Jacó" mas disse: "Eu sou o Deus de Abraão, Deus de Isaque e Deus de Jacó." A resposta a é que esta esposição sistemática indica que duas pessoas não tem o mesmo Deus, que Deus é sempre uma experiência pessoal para cada ser humano."
Pag. 145

"O homem cria a si mesmo no processo histórico que começou com seu primeiro ato de liberdade - a liberdade da desobediência - de dizer não. Esta corrupção é inerente à própria natureza da existência humana. Somente passando pelo processo de alienação o homem consegue superá-lo e alcançar uma nova harmonia.
Pag. 134, 135

A interpretação cristã, tanto dos atos humanos de desobediência como da sua "queda", obscureceu o significado claro da história. O texto bíblico nem mesmo menciona a palavra "pecado". Tendo sido expulso do Jardim do Édem, ele começa a sua vida de independência; seu primeiro ato de desobediência é o princípio da história humana, porque é o início da liberdade do homem.
Pág. 44


Na verdade,se o homem adorar apenas um ídolo e não muitos, ainda assim seria um ídolo e não Deus. De fato, convenhamos, com que freqüência o culto a Deus não é nada além do que o culto a um ídolo disfarçado no Deus da Bíblia, não é verdade?

A compreensão do que um ídolo é, começa com o entendimento do que Deus não é. Deus, como o seu supremo valor, não é homem, estado, instituição, natureza, poder, possessão, poder sexual ou algum artefato feito pelo homem. As afirmações "Amo a Deus", "Sigo a Deus", "Quero me tornar semelhante a Deus" - significa antes de tudo "Não amo, não sigo e não imito a ídolos".

Um ídolo representa o objeto central da paixão humana(...) .

Os homens transfere suas paixões e virtudes para o ídolo. Quanto mais ele empobrece maior e mais forte se tornou o ídolo. O ídolo é a forma alienada da experiência humana de si mesmo. No culto ao ídolo, o homem cultua a si mesmo. (...) perde sua totalidade como ser humano e para de crescer. Ele é dependente do ídolo, uma vez submetido a ele, encontra a sombra, não a essência de si mesmo.

O ídolo é uma coisa, não é vivo. Deus, ao contrario é vivo. (...)O homem tentando ser como Deus, é um sistema aberto, assemelhando-se a Deus; o homem submetido aos ídolos é um sistema fechado transformado numa coisa. (...)A contradição entre a idolatria e o reconhecimento de Deus é em última análise, aquela que existe entre o amor á morte e o amor a vida.
Pág. 72-74

O Deus "vivo" não pode ter nome.

O âmago da essência de um ídolo é que ele tem um nome; todas as coisas têm nome por serem completas no tempo e no espaço. Para os judeus, acostumados ao conceito da idolatria, um Deus que não tem nome é uma contradição em si mesmo. (...) Apenas ídolos podem ter nomes, porque são coisas. O Deus "vivo" não pode ter nome.

(...) A proibição bíblica de qualquer tipo de representação divina, e contra o uso do nome de Deus em vão, significa que alguém pode falar com Deus em oração, relacionar-se com Deus, mas não pode falar a respeito de Deus a fim de que não transforme Deus em um ídolo.
Pág. 56

Porém o ponto decisivo aqui é o fato de Deus fazer uma aliança(berit), simbolizada pelo arco-íris com Noé e seus descendentes. (...)Com a conclusão da aliança, Deus deixa de ser o legislador absoluto. Ele e o homem tornam-se parceiros de um trato.(...) É importante salientar que a primeira aliança é aquela entre Deus e a humanidade, não entre Deus e os homens.
Pág. 46, 47

"O ídolo é a forma alienada da experiência humana de si mesmo. No culto ao ídolo, o homem cultua a si mesmo."

Como homem que sou
Tenho em comum,
O ver, o ouvir,
O comer, o beber,
Com todos os animais.
Mas como pessoa, sou exclusivo.

Sou meu e de ninguém mais
De nenhum outro homem,
Nem mesmo de um anjo ou de Deus,
Pois sou de Deus a imagem.

Erick Fromm - O Antigo Testamento - Uma Interpretação Radical

O cupim e suas plataformas


A humanidade parece um cupim muito grande, onde trabalham milhões de formigas, cada uma no seu lugar, conforme um plano que nenhuma delas inventou, mas que mantém o cupim do jeito que ele está, incapaz de mudar. Em cima, moram umas formigas bonitas numa vida bastante atarefada, mas rendosa. Possuem tudo de que precisam. Elas moram na plataforma mais alta do cupim, mas não sabem que é plataforma. Acham que o piso de sua casa é o chão mesmo. Embaixo desta plataforma, há muitas outras plataformas ou andares. As de baixo, dos porões, sustentam as de cima. Não se sabe bem quantas plataformas existem no cupim, mas são muitas. todas as formigas ou quase todas, acham que o piso da sua plataforma é o chão, e o seu forro, o telhado. Não olham muito além do seu andar. Identificam-no como o cupim todo.

Existe uma comunicação entre as várias plataformas, mas é de formigas individuais. Elas sobem e descem, motivadas pelos interesses das que moram na sua plataforma, interesses de comércio, de parentesco, de religião, ou de política. Elas estranham o modo diferente de viver nas outras plataformas, mas não chegam a questionar a existência das plataformas em si. Nem lhes passa pela cabeça a possibilidade de uma mudança. Pois do jeito que as coisas são feitas, as formigas estão presas na plataforma onde nasceram. Elas mesmas, com os seus corpos, formam as colunas que sustentam a plataforma superior. São sobretudo os pais, os adultos, que sustentam este peso. Eles não podem sair, porque a sua saída faria desabar tudo e mataria os filhos. O amor aos filhos é a força que mantém as formigas no lugar onde estão.


Há porém algumas que estão começando a perceber que tudo isso pode ser mudado e que não é necessário haver estas plataformas todas. Mas nem todas reagem da mesma maneira. Umas, ao perceber que tudo isso pode ser mudado e que não é necessário haver estas plataformas todas. Mas nem todas reagem da mesma maneira. Umas, ao perceberem a possibilidade de mudança, ficam apavoradas com a visão de um futuro diferente e desconhecido, tanto asssim que já começaram a estabelecer uma rígida fiscalização para que ninguém mude nada no cupim. Outras, porém, trabalham junto às formigas das plataformas inferiores, para que acordem e parem de sustentar esta situação. Tanto as que lutam a favor da mudança como as que são contra, quase todas elas moram nas plataformas de cima e lutam entre si pelo poder sobre a consciência das de baixo. A maioria, porém, que vive nas plataformas inferiores, não sabe nada disso. Vive hoje, como viveram os pais, e não percebem que as plataformas estão aumentando para cima e para baixo, formando uma verdadeira pirâmide, cuja base se forma cada vez mais larga e cuja ponta está ficando cada vez mais fina. Todas elas são prisioneiras da situação em que nasceram e vivem.


Acontece muitas vezes que algumas formigas isoladas de plataforma mais baixa se desprendem da sua coluna e comecam a viajar. Chegam, por vezes, até à plataforma mais alta. Lá são bem recebidas, recebem comida, comida boa e diferente. São acolhidas até para servir como objeto de estudo. Curiosidades de uma outra civilização, de um outro mundo! As formigas de baixo gostam disso e, quando voltam para sua plataforma, contam mil maravilhas do que viram, colocando água na boca de todo mundo. Levam objetos de cima para baixo: fotografias de revistas, que são coladas nas paredes, como se fossem quadros bonitos; enfeites, vestidos, sapatos, rádios, vitrolas e muitas outras coisas. Usam estas coisas lá embaixo, onde, na realidade, são como maçã que nasce em laranjeira. Contentes e felizes, vivem o resto da vida cantando as belezas da grandeza do cupim!
Carlos Mesters - Seis Dias nos Porões da Humanidade

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O aluno dos que não sabem nada

Minha amiga Andréa, em uma escola em Nampula - Moçambique / 2007

Um jovem, desejoso de alcançar o máximo grau do saber humano, consultou um doutor não muito sabido mas muito sábio e perguntou:
"Seu Doutor, qual o grau máximo do saber humano?"
O doutor respondeu:
"É conhecer e experimentar os limites do saber!"
O jovem insistiu e perguntou:
"Quem me ensina esta matéria estranha e onde encontro a sua escola?"
O Doutor respondeu:
"A escola é o povo, os alunos são as crianças, os professores são os que não sabem nada!"
O jovem foi, matriculou-se como criança na escola do povo e tornou-se o aluno dos que não sabem nada.

Carlos Mester - Seis Dias nos Porões da Humanidade

Deus coopera

Ed René Kivitz

Meu amigo Ariovaldo Ramos diz que a Bíblia é um texto zipado. É como um arquivo que se abre para a eternidade e você nunca chega ao fim de sua leitura. Não importa se vai ao mesmo texto repetidas vezes, ele sempre dirá algo novo, pois o texto em si não é absoluto, mas portador da vida do Deus eterno que se coloca dentro dele – inspiração.

A Bíblia é também um texto polissêmico – com diversos sentidos (sem contradição interna ou performática), isto é, pode ser lido por diferentes pessoas, em variadas circunstâncias, períodos da história e culturas, em diálogo com as diversas ciências, e dele brotará sempre uma nova perspectiva, um novo ângulo de iluminação da realidade e das consciências, do tempo e dos fatos.

Também creio que a Bíblia é um texto vivo, isto é, transcende a realidade estática codificada em dogma e moral, e visita a interioridade humana, e se estabelece com um terceiro dançarino no bailado do diálogo entre o divino e o humano. A Bíblia não é um livro de doutrinas, princípios ou mandamentos atestados e congelados após sujeição ao método científico.

Isso sem falar no fato de que a Bíblia é um livro cujos escritos originais estão perdidos no tempo, e tudo quanto temos em mãos são cópias de cópias, algumas mais fidedignas do que outras, e com algumas controvérsias para sua tradução, que em si mesma é revestida de conflitos e senões.

Por esta razão, há sempre mais de uma possível leitura de um texto. Qualquer pessoas que se proponha a afirmar categoricamente o que a Bíblia diz, padece de falta de informação ou é desonesto intelectualmente. O máximo que um leitor da Bíblia pode afirmar é “em consenso com a comunidade da fé, atual e histórica, e à luz de minha capacitação, experiência e maturidade, o que consegui ler neste texto da Bíblia é o seguinte...”.

Um bom exemplo disso tudo é a tradução de Romanos 8.28-30:

"Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito".

A Nova Versão Internacional traz em sua nota de rodapé uma outra possibilidade de tradução para o verso 8.28, em minha opinião, muito melhor e mais coerente do que esta mais tradicionalmente aceita.

"Sabemos que em todas as coisas Deus coopera juntamente com aqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito, para trazer à existência o que é bom".

Na primeira tradução: “Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam”, Deus é um manipulador de circunstâncias e seus filhos são passivos, completamente sujeitos ao soprar dos ventos da vida e dependentes do Jesus que segura o leme. Isto significa que você descansar sempre, sabendo que tudo o que lhe acontece estava determinado por Deus, que está usando todas as situações da sua vida para o seu bem, ainda que você não saiba como e porque, como naquela velha história do tapeceiro que corta os fios no avesso da tela, para ao final mostrar um belo quadro, com fios longos e lisos, outros retorcidos e outros ainda cortados rente.

Mas na segunda tradução: "Em todas as coisas Deus coopera juntamente com aqueles que o amam para trazer à existência o que é bom”, Deus não é um manipulador de circunstâncias, mas um parceiro presente em toda e qualquer situação da vida. Nesse caso, você pode acreditar que não foi Ele quem meteu você no fogo ou deixou que as águas viessem sobre você, quem fez com que a tempestade ameaçasse seu barco, ou mesmo quem colocou você bem no meio do vale da sombra da morte. Nem todas as circunstâncias de sua vida tiverem origem em Deus. Ele não é a causa de tudo o que acontece com você. Mas é certo que nenhuma das circunstâncias de sua vida escapa aos olhos de Deus, e sempre que for invocado Deus terá o que fazer para trazer à existência o que é bom. O que Deus faz, entretanto, não é necessariamente uma manipulação da situação (se bem que às vezes ele o faz), mas sempre e sempre, coopera com você, soprando sobre você o seu Espírito Santo, para que você seja capaz de enfrentar a vida, qualquer que seja ela, de modo a glorificar o nome de Jesus e sinalizar o reino de Deus na história. Deus está atento, com os olhos fixos em você, não necessariamente como causa de tudo o que acontece ao seu redor, mas certamente para mostrar-se forte com todos aqueles cujos corações são completamente dEle, inclusive você, se for o caso.

Não há como ler a Bíblia senão em humilde contrição e de joelhos, pois a verdade não brota de suas páginas senão para aqueles a quem Deus se revelar. Toda vez que o humano se depara com a verdade na palavra viva de Deus, deve cair em gratidão, sabendo que “isto não lhe foi revelado por carne ou sangue, mas pelo Pai que está nos céus”. Seja Deus, portanto, o semeador de um dos Romanos 8.28-30 em seu coração.

A planta que fuma



Famílias inteiras são escravizadas no algodão

A cadeia produtiva do algodão pode esconder vários problemas em suas diferentes etapas. Um exemplo do que pode conter sua cueca ou calcinha, se foram feitas de forma imprudente, ilegal ou imoral: desmatamento ilegal do Cerrado, contaminação de rios e lençóis freáticos pelo excesso de agrotóxicos, trabalho escravo ou infantil na produção do algodão, trabalho escravo ou superexploração na confecção de roupas por imigrantes ilegais latino-americanos em São Paulo. Poucos querem saber de onde veio o produto, contanto que ele custe barato. Com isso, surgem histórias como esta.

Pelo menos duas famílias inteiras (pai, mãe e filho) estavam sendo escravizadas na fazenda Paus Pretos, município Sebastião Laranjeiras, Bahia. A situação foi descoberta por meio de denúncia recebida pela Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. A informação foi apurada por Bianca Pyl, aqui da Repórter Brasil.

(Sempre que dou essas notícias, coloco o nome do responsável pela propriedade. Dessa vez, não consegui descobrir ainda. Assim que souber, posto aqui.)

Os fiscais viajaram por mais de 150 km em estrada de terra para chegar até o local indicado e encontraram 70 escravos. Integravam o grupo 20 mulheres, uma criança de 12 anos e um adolescente de 17. “É uma região de difícil acesso: área de caatinga, sem estradas, placas ou informações. No local, constatamos a gravidade da situação. Eram muitos trabalhadores, muitas crianças acompanhando as mães e duas trabalhando com as famílias. O ambiente de trabalho era extremamente degradante”, detalha o auditor fiscal Joatan Gonçalves Reis.

Os trabalhadores foram aliciados por dois “gatos” (intermediários de mão-de-obra) nos municípios de Malhada (BA) e Guanambi (BA)*, na mesma região da fazenda. Até o dia da chegada da fiscalização em setembro, os trabalhadores ainda não tinham recebido nenhum pagamento. O valor acordado com os “gatos” foi de R$ 3 pela arroba colhida da pluma de algodão. Para “receber” R$ 12 por dia, os empregados mantinham jornadas que se estendiam por dez horas. Uma jornada doce, igual a da cana.

Segundo Joatan, o pagamento por um mês de trabalho não chegaria nem a um salário mínimo (R$ 456) porque os trabalhadores eram obrigados a comprar a alimentação vendida pelos gatos e o valor era anotado numa caderneta para posterior desconto. “Além do isolamento geográfico, ficou clara a servidão por dívida, duas das situações que caracterizam o trabalho escravo contemporâneo”, argumenta o fiscal da Gerência de Vitória da Conquista. Nenhum empregado recebeu Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

As 20 mulheres libertadas também colhiam algodão. Elas foram trabalhar na fazenda carregando os filhos. Durante o dia, uma delas mantinha um bebê de apenas seis meses nos barracos que serviam de alojamento. “A maioria das mulheres não veio acompanhada dos maridos. Elas estavam somente com os filhos”, explica o auditor fiscal do trabalho.

O fazendeiro usou um galpão em que guardava o maquinário para alojar as famílias, separadas por uma lona. A Norma Regulamentadora 31 (NR-31) proíbe moradia coletiva nesses moldes. Os outros trabalhadores e trabalhadoras dormiam em barracos de lona e chão de terra batido. Não havia camas nos alojamentos. As pessoas dormiam em espumas, papelões e até diretamente no chão. Elas não tinham acesso a instalações sanitárias nem à água potável. Para cozinhar, as mulheres improvisavam um fogareiro no chão.

Os trabalhadores receberam os valores referentes à rescisão do contrato de trabalho e retornaram aos seus municípios de origem. Foram lavrados 17 autos de infração. “Alguns trabalhadores não tinham nem a Carteira de Trabalho, que foi emitida pelos fiscais”, conta Norma Pereira, superintendente regional do trabalho e emprego da Bahia.

Fonte: Blog do Sakamoto

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Crise fez África do Sul perder 253 mil empregos até junho


Enquanto o mundo se preoucupa com a Copa do Mundo de 2014 na África do Sul, onde o governo africano construiu mega estádios modernos no país ...

Johannesburgo, 24 set (Lusa) - Um relatório divulgado nesta quinta-feira pelo serviço de estatísticas sul-africano revela que nos primeiros seis meses de 2009 a recessão eliminou 253 mil postos de trabalho na economia do país.

No mesmo período apenas o setor público gerou vagas, amortecendo assim o desemprego galopante gerado pelo setor privado. Através de um ambicioso programa de renovação e modernização das infra-estruturas rodoviárias, ferroviárias, portuárias e aeroportuárias, o governo sul-africano criou 23 mil novos postos de trabalho.

Para alguns economistas, as novas estatísticas do emprego contêm alguns sinais positivos, o mais importante dos quais é que no 2º trimestre do ano foram perdidos menos postos do que no primeiro - 67 mil contra 186 mil -, o que, de certo modo, indica uma estabilização na economia.

Mike Schussler, economista da empresa Economists.co.za, disse ao jornal Business Report que a quebra nos níveis de emprego de 2,3% por ano confirmada pelas estatísticas constitui a maior redução no emprego desde setembro de 2000.

Schussler declarou também que mais postos de trabalho serão perdidos até o fim do ano. Segundo ele, até lá nem o setor privado nem o setor público deverão criar empregos, apesar da promessa do presidente Jacob Zuma em criar 500 mil novas vagas até 2013.

De acordo com os serviços de estatística, o setor formal da economia, excluindo a agricultura, empregava no final de junho deste ano 8,2 milhões pessoas, contra 8,457 milhões no final de junho do ano passado.

prioridades, pra quê?

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A fome ressurge na Argentina

Para a Igreja Universal, basta orações fortes, e que todas as dificuldades serão vencidas pelo povo argentino, claro, acreditando que Deus vai mudar esta realidade por serem privilegiados:

"Depois de ungir os jovens presentes, ele iniciou uma oração forte para que os males que atuavam na vida de todos fossem arrancados, os demônios que causavam dificuldades fossem vencidos e o Poder de Deus se manifestasse."

Enquanto isto, crianças procuram comida no cesto de lixo, na Argentina. Será que elas não moram no coração de Jesus para que a realidade delas fosse diferente?

A fome ressurge na Argentina

Alejandro Rebossio
Em Buenos Aires
A presidente Fernández reconhece que 23% da população vivem na pobreza. As autoridades tomam medidas de urgência contra a desnutrição

"Aqui a ajuda nunca chega", resigna-se Juanita, uma mulher magra que sobrevive em uma casa precária de madeira ao lado de uma lagoa coberta de lama e lixo em Villa Itatí, uma espécie de favela no sul da Grande Buenos Aires, com 50 mil habitantes. Sua casa é inundada pelo odor do depósito de lixo onde catadores de papel acumulam o que recolhem, mas quando chove também se enche de água da lagoa. A poucos metros um vizinho cria porcos que se alimentam de restos.

Nas últimas semanas, a fome e a pobreza voltaram ao primeiro plano da agenda na Argentina. Sete anos depois que as imagens de desnutrição na província setentrional de Tucumán percorreram o mundo, em plena crise desse país produtor e exportador de alimentos, a oposição, a Igreja Católica, as organizações sociais, os sindicatos, a mídia e até a aristocracia rural entraram no debate. A presidente Cristina Fernández de Kirchner respondeu com um plano de 272 milhões de euros para criar cooperativas que empreguem 100 mil pessoas.

O prefeito de Buenos Aires, o conservador Mauricio Macri, inaugurou um refúgio para 140 sem-tetos, enquanto enfrenta acusações do Conselho dos Direitos da Criança por gastar pouco em programas para jovens pobres e denúncias do cardeal primaz da Argentina, Jorge Bergoglio, pela exclusão social na capital.

Enquanto isso, em Itatí e outras vilas miseráveis, os moradores garantem que continuam tão pobres como sempre e que nunca se notou uma melhora, apesar do forte crescimento da economia entre 2003 e 2008.

Na crise argentina de 2002, a pobreza chegou a afetar 57% da população. Durante o mandato de Néstor Kirchner (2003-2007), o indicador recuou para 26,9%, mesmo nível de 1998, quando começou aquela crise. Desde 2007, a inflação e a crise internacional romperam a tendência, segundo estatísticas privadas. A Universidade Católica Argentina calcula que até 39% da população vivem na pobreza. Por outro lado, o Instituto Nacional de Estatística informou que o índice de pobreza diminuiu em 2007 e 2008, para 15%. No entanto, Kirchner reconheceu que subiu para 23%.
2002: duas meninas procuram comida em cesto de lixo no centro financeiro de Buenos Aires

A campanha das legislativas de 28 de junho, nas quais venceu uma oposição fragmentada, não se concentrou na pobreza. Poucos dias depois, um hospital de Salta (noroeste do país) revelou que uma em cada três crianças está desnutrida.

Em meados de agosto a Igreja Católica argentina divulgou uma mensagem do papa Bento 16 que denunciava o "escândalo" da pobreza. Um dia depois, a Central de Trabalhadores Argentinos (CTA) se mobilizou em Buenos Aires e outras cidades diante da crise. "Não bastam discursos, é preciso demonstrar que se pode distribuir a riqueza", afirmou seu secretário-geral, Hugo Yasky. Finalmente, a presidente argentina reforçou o plano de cooperativas, que se soma ao da ajuda alimentar e a um subsídio de até 55 euros mensais para as famílias com seis filhos ou mais. Mas nem a tarefa do Estado, nem a das organizações sociais é suficiente.

"A fome nunca diminuiu nestes anos", queixa-se Fátima Núñez, coordenadora do centro infantil da Fundação Che Pibe, em Villa Fiorito, bairro de barracos em Buenos Aires onde vivia Diego Maradona e onde permanecem 42 mil pessoas.

Nas salas do centro se veem os cartazes da campanha que desde 2004 denuncia que "A fome é um crime". No último fim de semana, a campanha recebeu o apoio de 200 cineastas, artistas plásticos, escritores e esportistas diante das agressões que sofreram seus organizadores. "Há mais necessidades desde o ano passado. Além disso, nestes anos apareceu o 'paco' (pasta base da cocaína)", lamenta Fátima. Em um passeio pela Villa Fiorito, entre casas de madeira, chapa, papelão ou tijolo, algumas com bandeiras do Boca Juniors e entre os braços do Riachuelo, que com sua cor negra de poluição limita o sul de Buenos Aires, Fátima encontra dois jovens pais que perambulam com seus bebês de rosto sujo. "Estão consumidos pelo paco", comenta.

"Há desnutrição", relata Fátima. "Tudo está caro: a carne, o leite, as frutas", enumera, em um país que sofre de estagflação (recessão e inflação), segundo analistas privados. "Por que você não foi à escola?", Fátima grita, entre latidos, cacarejos e música caribenha, para um adolescente que constrói sua casa de tijolos. Tem melhor sorte que seu irmão, que foi morto a tiros por piratas do asfalto.

"Há mais miséria", queixa-se Julia Ferraro, 56 anos, 12 filhos e 15 netos. Até cinco anos atrás, Julia distribuía em seu bairro a comida que era dada pela província de Buenos Aires. "No início dávamos leite, farinha, óleo, macarrão. No final, só leite, e desde o ano passado a província dá cartões com 80 pesos mensais (14,50 euros) para os que têm um filho e de 100 (18,10 euros) para os que têm dois ou mais", explica.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

Fora da Zona de Conforto! [23/09/09]


Kadhafi pede na ONU indenização de US$ 7,77 bi para a África
"Os africanos vão cobrar isso, e se vocês não derem a eles esta soma de 7,77 bilhões, os africanos irão para onde vocês levaram estes bilhões. Eles têm direito de recuperar este dinheiro, e é isso que vão fazer", afirmou.

República Centro-Africana enfrenta emergência nutricional
Em cerca de um mês e meio, mais de 1,3 mil crianças, a maioria sofrendo de desnutrição severa, entraram nos programas de MSF. Um grande número de pacientes apresentava complicações médicas e teve de ser internado.


Países pobres precisam de US$ 1,5 bilhão para enfrentar gripe A
Os países pobres precisam de US$ 1,480 bilhão para enfrentar os efeitos da pandemia de gripe A, segundo estimativas das Nações Unidas divulgadas hoje.

Ban pede ação imediata e conjunta para enfrentar problemas mundiais
o pedido do secretário-geral, Ban Ki-moon, para agir de forma imediata e conjuta para enfrentar problemas como a pobreza ou resolver conflitos como os da Somália, Afeganistão e da Faixa de Gaza.

Produção agrícola tem de crescer 70% até 2050 para atender demanda, diz ONU
A produção agrícola mundial deve aumentar 70% até 2050 para alimentar a população do planeta que, com 2,3 bilhões de pessoas a mais, chegará a 9,1 bilhões, destaca um relatório da FAO

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Fora da Zona de Conforto! [22/09/09]

Crise pode afetar o futuro dos mais pobres
Má nutrição, mais mortes de crianças e aumento no trabalho infantil são os impactos da turbulência econômica em longo prazo, diz estudo



Angola traça plano para minimizar mortalidade infantil
A média de crianças com menos de cinco anos que morrem em Angola é de 158 por mil recém-nascidos e cerca de 1400 mulheres sucumbem no parto em cada 100 mil, informou nesta terça-feira o Ministério da Saúde angolano

Desastres naturais desalojam milhões de pessoas
Enchentes, tempestades, estiagens e outros desastres naturais levaram 20 milhões de pessoas a abandonar suas casas no ano passado, quase quatro vezes mais do que o número de pessoas desalojadas por conflitos

Ministro belga propõe envio de leite desperdiçado a países pobres
O ministro de Cooperação da Bélgica, Charles Michel, propôs hoje que os milhões de litros de leite que os criadores de gado da União Europeia (UE) têm jogado fora desde o início de um locaute há poucos dias sejam transformados em leite em pó e enviados a países em que há fome.

MSF combate surto de cólera em Papua Nova Guiné
Pela primeira vez em 50 anos, um surto de cólera é registrado em Papua Nova Guiné. Principalmente concentrada no leste, na província de Morobe, a doença já infectou 283 pessoas, de acordo com dados oficiais.

Iêmen: civis pagam um preço alto pelo combate
`"A trágica perda de vidas de civis em Wadi Sufyan, onde mais de 80 civis foram mortos, demonstra que milhares de pessoas correm grande perigo devido aos conflitos em áreas remotas"


Famílias inteiras são escravizadas em fazenda de algodão

Fiscais venceram mais de 150 km de terra para chegar até a Fazenda Paus Pretos, onde encontraram 70 pessoas exploradas como escravos. Integravam o grupo 20 mulheres, uma criança de apenas 12 anos e um jovem de 17


Escravidão é flagrada em desmate para usina da Votorantim

Aliciadas por "gatos", vítimas não recebiam salários, eram submetidos a dívidas, viviam em alojamentos impróprios e não tinham alimentação adequada. Obra faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)

Série: Mentiras mais Contadas sobre o Trabalho Escravo


Mentira: Não existe trabalho escravo no Brasil.

Verdade: Infelizmente, existe. A assinatura da Lei Áurea, em 1888, representou o fim do direito de propriedade de uma pessoa sobre a outra, colocando fim à possibilidade de possuir legalmente um escravo. No entanto, persistem situações que mantêm o trabalhador sem possibilidade de se desligar de seus patrões.

Há fazendeiros que, para realizar derrubadas de matas nativas para formação de pastos, produzir carvão para a indústria siderúrgica, preparar o solo para plantio de sementes, entre outras atividades agropecuárias e extrativistas, contratam mão-de-obra utilizando os famigerados “gatos”. Eles aliciam os trabalhadores, servindo de fachada para que os fazendeiros não sejam responsabilizados pelo crime.

Esses gatos recrutam trabalhadores em regiões distantes do local da prestação de serviços ou em pensões localizadas nas cidades próximas. Na primeira abordagem, eles se mostram pessoas extremamente agradáveis, portadores de excelentes oportunidades de trabalho. Oferecem serviço em fazendas, com salário alto e garantido, boas condições de alojamento e comida farta. Para seduzir o trabalhador, oferecem “adiantamentos” para a família e garantia de transporte gratuito até o local do trabalho.

O transporte é realizado por ônibus em péssimas condições de conservação ou por caminhões improvisados sem qualquer segurança. Ao chegarem ao local do trabalho, eles são surpreendidos com situações completamente diferente das prometidas. Para começar, o gato lhes informa que já estão devendo. O adiantamento, o transporte e as despesas com alimentação na viagem já foram anotados no caderno de dívida do trabalhador que ficará de posse do gato. Além disso, o trabalhador percebe que o custo de todos os instrumentos que precisar para o trabalho – foices, facões, motosserras, entre outros – também serão anotados no caderno de dívidas, bem como botas, luvas, chapéus e roupas. Finalmente, despesas com os emporcalhados e improvisados alojamentos e com a precária alimentação serão anotados, tudo a preço muito acima dos praticados no comércio.

Convém lembrar que as fazendas estão incrivelmente distantes dos locais de comércio mais próximos, sendo impossível ao trabalhador não se submeter totalmente a esse sistema de “barracão”, imposto pelo gato a mando do fazendeiro ou diretamente pelo fazendeiro.

Se o trabalhador pensar em ir embora, será impedido sob a alegação de que está endividado e de que não poderá sair enquanto não pagar o que deve. Muitas vezes, aqueles que reclamam das condições ou tentam fugir são vítimas de surras. No limite, podem perder a vida. Este é o escravo contemporâneo, vítima do crime previsto no artigo 149 do Código Penal, submetido a condições desumanas e subtraído de sua liberdade.

Fonte: ReporterBrasil

Falta de Saneamento Básico

Para alguns pastores, o espirito do Capitalismo que exclui 2/3 da população mundial, está bem presente na suas palavras:

Em quinto lugar, tenha ambição, desejo de conquistar algo superior. Isto será uma força motivadora para você agir na vida. Almeje comprar um imóvel e não mais viver de aluguel; almeje ser um profissional de sucesso, uma pessoa melhor. Mas lembre-se de que, para galgar patamares superiores, você precisa ser liberal.
Silas Malafaia

Excluídos destas ambições, muitos brasileiros só querem o direito ao saneamento básico:

Falta de Saneamento Básico - Morro Dona Marta - Rio de Janeiro

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Não queremos ser bons, queremos Justiça!

"O nosso serviço cristão é um ato de justiça."
"Quando eu ajudo o nescessitado não estou sendo bonzinho. Estou praticando um ato de justiça."
"Porque aquele que está com fome, jamais deveria estar de fome. Aquele que está com frio, não deveria jamais sentir frio. Estou colocando as coisas no seu devido lugar."
"Não queremos uma igreja boazinha. Devemos resgatar uma igreja que busque a Justiça."

Ed René Kivitz



domingo, 20 de setembro de 2009

Verde e vermelho


Jung Mo Sung *

Adital -

Uma das características do capitalismo e das empresas capitalistas é a capacidade de se adaptar aos novos valores da sociedade produzindo novos discursos, novos slogans, novas imagens e novos produtos. Mudar sempre e tudo o que for necessário para aumentar ou manter a acumulação do capital.

Quando a sociedade civil começou valorizar a ética e exigir posturas mais éticas das empresas, foram criados programas, cursos e discursos sobre ética nas empresas. Assim também, quando o problema do meio ambiente se tornou uma questão pública mundial, até empresas petrolíferas começaram fazer propaganda pelo mundo afora falando dos seus projetos de proteção ambiental. A preocupação (aparente ou real) pelo meio ambiente faz parte hoje do "cardápio" na geração de lucro das grandes empresas.

Os discursos genéricos pela preservação do meio ambiente estão sendo acompanhados cada vez mais pela criação e produção de "produtos verdes" (que inclui bens de consumo, máquinas, edifícios, alimentos etc.). Produtos que não agridem, ou prejudicam menos, o meio ambiente e a saúde dos consumidores e da população em geral. É a resposta das empresas frente a novas demandas dos consumidores e do aumento da consciência ecológica da sociedade. "Verde" está se tornando uma moda e agrega valor á mercadoria e à marca.

Contudo, não podemos nos esquecer que o mundo econômico pode se tornar completamente verde, mas isso não significará necessariamente que esse processo solucionará os problemas sociais, como a brutal desigualdade social e a pobreza. Edifícios e residências "verdes" podem ser construídos de modo ambientalmente correto, assim como celulares sofisticados "verdes" fabricados com materiais recicláveis e baterias não prejudiciais ao meio ambiente, alimentos produzidos organicamente, sem agrotóxicos e outros produtos químicos, e até Ferraris "verdes", mas isso por si não acabará com a exclusão social e nem tirará da pobreza bilhões de pessoas espalhadas pelo mundo.

Eu não estou aqui desvalorizando a luta ambiental e a importância da produção de produtos verdes. Muito pelo contrário. O que eu quero chamar atenção é a capacidade do capitalismo enquanto sistema econômico-social e das empresas capitalistas de cooptarem as bandeiras e os valores dos movimentos sociais e os utilizarem para a manutenção do capitalismo e para maior acumulação do capital. E uma das formas atuais disso é o foco exclusivo na questão ambiental e no produto verde. Ao dar ênfase exclusiva à questão ecológica, tira da cena questões e problemas que o sistema capitalista não está interessado e nem tem muita capacidade de solucionar: o problema social.

É claro que precisamos preservar as condições ambientais que permitem a vida dos seres humanos e das outras espécies. Mas se nos deixarmos levar pela "armadilha" do sistema e reduzirmos a luta à questão ambiental, poderemos viver em um mundo cheio de produtos verdes, em um ambiente ecológico sustentável, cercados de centenas de milhões ou de bilhões de pessoas pobres excluídas desse consumo verde e das condições dignas de vida.

A bandeira vermelha simbolizou e ainda para muitos simboliza a luta pela justiça social. A verde, a luta pela preservação do meio ambiente e por um estilo de vida mais compatível com a natureza. Muitos de nós ainda pensamos dentro e a partir da racionalidade moderna que sempre pede a definição de "a" causa do problema, "a" luta, "a" proposta, como se a realidade fosse regida por um único princípio e que as nossas lutas também devessem ser guiadas por uma única bandeira. Para quem pensa assim, seria preciso escolher "a" bandeira, a verde ou a vermelha.

Eu penso que devemos tomar cuidado para não cair na armadilha do capitalismo de reduzir tudo à questão "verde", nem reproduzir o erro da razão moderna de definir uma única bandeira de luta ou pensar que há uma única ou uma causa central para os problemas tão complexos que enfrentamos hoje. É preciso unir o "vermelho" com "verde", o "verde" com o "vermelho". Só que, para isso, não basta justapor o discurso ecológico com o social. É preciso formular ou utilizar um novo tipo de racionalidade, novas estratégias de lutas e de um novo modelo de desenvolvimento que seja social e ecologicamente sustentável.

E para as comunidades e grupos religiosos (de todas as confissões e crenças) comprometidos com esse desafio há o desafio de propor e viver uma espiritualidade que revele e permita, no interior da luta colorida de "verde-vermelho", a experiência do divino que nos humaniza.

Autor de "Cristianismo de libertação: espiritualidade e luta social"

Colapso no sistema: Av. Roberto Marinho

Estava indo para a casa de um amigo, para uma visita. O caminho me obrigava a passar pela Av. Roberto Marinho, conhecida como “a milionária do Maluf”.

Como não estava dirigindo, o que é raro, consegui prestar mais atenção na avenida, e naquilo que a cerca. Descobri, por exemplo, que existe um córrego que a atravessa durante toda a sua extensão. E também notei que existem alguns moradores na margem do córrego. Eles vivem lá, no pequeno espaço de grama existente.

Enquanto estava passando e vendo aquela cena, pensei: “será que só eu estou vendo eles aqui? Por que ninguém faz nada? Cadê o prefeito?” Como o Jorge Ben diria: “Eu vou chamar o síndico: Tim Maia!”

Como que a cidade mais rica desse país permite isso? Onde está o bom senso dos cidadãos paulistas?

Bem na frente da casa desses marginais, existe um Mc Donald’s. Quantas vezes comi lá! E nunca tinha visto os moradores da frente! Eles eram invisíveis!

Acho que é por isso que os cidadãos paulistas, o prefeito e o síndico não fazem nada: porque eles são invisíveis, fazem parte da paisagem. Uma paisagem doente, podre e opressora. Bem vindo a São Paulo!

Lucas Lujan no blog JBON

Um bilhão de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza

Carcaças de animais retratam seca que castiga o Quênia

A grave seca que atinge o Quênia deixou um rastro de carcaças de gado em um campo em Kitengela, a 50 km da capital, Nairóbi. A estiagem destruiu plantações, matou animais e fez com que milhões de quenianos deixassem suas casas em busca de comida. A capital já enfrenta racionamento de energia.

Mais de um bilhão vivem abaixo da linha da pobreza, diz ONU


12:00 EDT on sexta-feira 18 setembro, 2009

The New York Times

NAÇÕES UNIDAS - Enquanto os economistas nos países desenvolvidos estão cautelosamente apontando para os primeiros sinais de crescimento econômico renovado, a crise financeira mundial está batendo alguns dos trabalhadores pobres em todo o mundo, o Secretário-Geral Ban Ki-moon, disse quinta-feira.

Ele elaborou um relatório à Assembléia Geral, sugerindo que mais de 1,3 bilhão de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza, definida como a fatura menos de US $ 1,25 por dia.

Ban reconheceu que não há dados em tempo real para avaliar a extensão do problema. Dados do Banco Mundial sugerem que o número está caindo, mas não tão rapidamente como poderia, que há 50 milhões de pessoas vivem na pobreza, que poderia ter subido para fora se não fosse a crise econômica.

Outras estatísticas preocupantes:

• Cerca de 222 milhões trabalhadores correm o risco de ingressar nas fileiras dos trabalhadores pobres.

• Remessa de fluxos, que atingiu 328 bilhões de dólares em 2008, ocorreu uma queda de 7,3 por cento em 2009, diz o Banco Mundial.

• As taxas de fome estão em todas as regiões do mundo, segundo a Food and Agriculture Organization.

Fonte: The New York Times
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