quinta-feira, 29 de julho de 2010

Um novo rosto de Deus




Numa roda de amigos alguém mostrou uma fotografia, onde se via um homem de rosto severo, com o dedo levantado, quase agredindo o público. Todos ficaram com a idéia de se tratar de uma pessoa inflexível, antipática, que não permitia intimidade. Nesse momento, chegou um rapaz, viu a fotografia e exclamou: “É meu pai!”.

Os outros olharam para ele e, apontando a fotografia, comentaram: “Pai severo, hein!”. Ele respondeu: “Não! Não é não! Ele é muito carinhoso. Meu pai é advogado. Aquela fotografia foi tirada no tribunal, na hora em que ele denunciava o crime de um latifundiário que queria despejar uma família pobre que estava morando num terreno baldio da prefeitura há vários anos! Meu pai ganhou a causa. Os pobres não foram despejados!”

Todos olharam de novo e disseram: “Que fotografia simpática!”. Como por um milagre, ela se iluminou e tomou um outro aspecto. Aquele rosto tão severo adquiriu os traços de uma grande ternura! As palavras do filho mudaram tudo, sem mudar nada! As palavras e gestos de Jesus, nascidas da sua experiência de filho, sem mudar uma letra ou vírgula sequer, mudaram o sentido do Primeiro Testamento (Mt 5,17-18). O Deus, que parecia tão distante e severo, a ponto de o povo não ter mais coragem de pronunciar o seu nome, adquiriu os traços de um Pai bondoso de grande ternura! (Carlos Mesters e Francisco Orofino. Sobre a Leitura Popular da Bíblia (III). Em: (www.adital.com. br)

Este belo paralelo lembra palavras de Jesus: “Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mateus 11.27; Lucas 10.22); “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14.6); “Quem me vê a mim vê o Pai” (João 14.9); “Crede-me que estou no Pai” (João 14.11); “Eu e o Pai somos um” (João 10.30); “Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra” (João 17.6).

Jesus Cristo “é imagem do Deus invisível (...) porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse” (Colossenses 1.15,19), de modo que devemos crescer na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo (2Pedro 3.18), o que somente é possível quando caminhamos “olhando para Jesus, autor e consumador da fé” (Hebreus 12.2), pois “há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1Timóteo 2.5).

As expressões “Deus”e “Jesus” são indissociáveis. A fé cristã afirma que toda vez que alguém pronuncia a palavra Deus, automaticamente pensa em Jesus, e vice-versa, sempre que pronuncia a palavra Jesus, pensa em Deus. A identidade divina é inerente a Jesus, e o oposto é verdadeiro, a identidade de Jesus é inerente a Deus. Mais que isso, não é possível pensar Deus sem Jesus.

Deus sem Jesus é abstrato. Deus sem Jesus é deduzido. Deus em Jesus é concreto. É revelado. Jesus é não apenas o novo rosto de Deus. Jesus é o único rosto de Deus. Por estas razões vivemos sob o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.

Ed René Kivitz

Um comentário:

Viiii disse...

Que lindo texto! Muito bacana essa reflexão. Uma pena que nem todas as pessoas possam ainda enxergar e compreender o significado de tudo isso. Mas nessas horas apelamos ao coração, afinal há certas coisas que não precisam de livros, linguagens difíceis para serem esclarecidas. O sentimento puro e sincero se encarrega de apresentar isso ao indivíduo.

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