Ricardo Gondim
Meu orientador no programa de mestrado na Universidade Metodista, Jung Mo Sung, recomendou que eu lesse, “Theology of the pain of God”, do teólogo japonês, Dr. Kazoh Kitamori (1916-1998). Comecei e não quero mais parar.
Quando Kitamori escreveu sua teologia, deu muito o que falar. Ele percebia algumas verdades por um viés diferente e acabou comentado por feras como Heinrich Ott, Jürgen Moltmann, Dorothe Solle, Hans Kung e, mais recentemente, Allister McGrath.
Embora aclamado como o teólogo japonês mais lido de todos os tempos, Kitamori foi condenado ao ostracismo pelo “main stream” evangélico de seu país. Consciente do fato, ele gostava de citar o texto de Hebreus 13.12, que relata a morte de Jesus do lado de fora dos portões de Jerusalém. Kitamori se considerava um “marginalizado” que caminhava e laborava teologicamente de “fora dos portões”.
Embora aclamado como o teólogo japonês mais lido de todos os tempos, Kitamori foi condenado ao ostracismo pelo “main stream” evangélico de seu país. Consciente do fato, ele gostava de citar o texto de Hebreus 13.12, que relata a morte de Jesus do lado de fora dos portões de Jerusalém. Kitamori se considerava um “marginalizado” que caminhava e laborava teologicamente de “fora dos portões”.
A teologia de Kitamori é asiática, e isso quer dizer: ele não considerava os mesmos pressupostos gregos que alicerçaram a teologia ocidental. Já no primeiro capítulo Kitamori afirma:
“A tarefa da ‘teologia da dor de Deus’ é suplantar a teologia que advoga um Deus que não tem nenhuma dor...; a teologia da dor de Deus lida com dois lados da verdade, e assim, nossa presente tarefa também deve ir contra dois lados: (1) contra a posição que rejeita um Deus ‘todo-inclusivo’, e (2) contra a posição que exclui a dor de Deus de seu amor inclusivo”.
No prefácio da quinta edição, Kitamori se antecipa aos seus críticos, e afirma: “A teologia da dor de Deus não significa que dor exista em Deus como substância. A dor de Deus não é um ‘conceito de substância’ – mas um ‘conceito de relação’, uma natureza do ‘amor de Deus’".
Devagar, ainda leio as primeiras páginas, mas sinto necessidade de registrar alguns pensamentos seus; até para que assimile tanta informação nova e bonita:
“Devemos esquadrinhar o coração do evangelho procurando conhecer a vontade de Deus minunciosamente (Cl 1.9) e investigando as profundezas de Deus (1Co 2.10). Esta petição deve tornar-se nossa, como na oração de Kierkgaard:
Senhor! Dá-nos olhos fracos(...) O coração do evangelho me foi revelado como a “dor de Deus”. Esta revelação me conduziu à senda por onde o profeta Jeremias trilhou (Jr 31.20). Jeremias foi um homem ‘que viu o coração de Deus mais profundamente’. (Kittel). Sinto-me pleno de gratidão porque me foi permitido experimentar as profundezas do coração de Deus com Jeremias.
para o que não tem nenhum valor
e olhos nítidos
para toda a tua verdade.
Jeremias pode ser chamado o Paulo do Antigo Testamento; Paulo foi o Jeremias do Novo. ‘Deus na cruz’ para Paulo é o ‘Deus em tormento’, de Jeremias. Deus que se revelou a Jeremias serviu de profecia e testemunho sobre o Deus que se revelou a Paulo. Quando o ‘Deus na cruz’ é oculto, a teologia da ‘dor de Deus’ servirá para clarear este trajeto obscurecido”.
Espero navegar nas águas deste pensador japonês e, pela primeira vez, inteirar-me de sua teologia.
Quem dominar o inglês e quiser adquirir esta preciosidade, compre pela Amazon – “Theology of the Pain of God” – Kazoh Kitamori, Wipf and Stock Poublishers.
Vou ler e meditar; depois escrevo mais.
Soli Deo Gloria.
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