A pior seca em décadas agravou a situação na Somália onde quase metade da população – 3,7 milhões de pessoas – é atingida pela crise humanitária. Destas, 2,8 milhões vivem no sul, fazendo com que as Nações Unidas declarassem fome em Bakool e Baixa Shabelle nesta quarta-feira (20/07).
“Cada dia de atraso na ajuda é literalmente uma questão de vida ou morte para crianças e suas famílias nas áreas afetadas pela fome”, disse o Coordenador de Assistência Humanitária da ONU para a Somália, Mark Bowden.
A fome é declarada quando taxas de subnutrição aguda atingem mais de 30% das crianças, mais de duas a cada 10 mil pessoas morrem por dia, e não há acesso a comida e outras necessidades básicas. No sul da Somália, mais de seis crianças com menos de 5 anos a cada 10 mil estão morrendo por dia. Nos últimos meses, dezenas de milhares de somalis morreram de fome, a maioria crianças.
“Se não agirmos agora, a fome vai se espalhar por todas as oito regiões do sul da Somália em dois meses, por causa das colheitas escassas e surtos de doenças infecciosas”, prevê Bowden. “Ainda não temos todos os recursos para alimentos, água limpa, abrigo e serviços de saúde para salvar as vidas de centenas de milhares de somalis em necessidade desesperadora.”
Assistência emergencial
Para agilizar a entrega de suprimentos para as áreas mais afetadas, a ONU iniciou o transporte aéreo de urgência médica, nutricional e de abastecimento de água. O Programa Mundial de Alimentos (PMA) avalia uma série de opções para assegurar que os mais necessitados recebam ajuda, incluindo o envio de biscoitos altamente energéticos e suplementos alimentares altamente nutritivos, especialmente para crianças, grávidas e mães que estão amamentando.
Esta pode se tornar a maior operação de distribuição destes produtos já realizada na história, segundo a agência. “Operações na Somália estão entre as de maior risco no mundo e o PMA perdeu 14 funcionários lá desde 2008”, disse a Diretora Executiva do PMA, Josette Sheeran.
As agências da ONU pediram 1,6 bilhão de dólares para os programas essenciais no Chifre da África, mas só receberam metade da quantia. Quênia, Somália, Etiópia e Djibuti estão enfrentando a pior crise em 50 anos. Aproximadamente 11 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
Como ajudar
Doações podem ser feitas por meio do Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, clicando aqui), do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR, clicando aqui) – escolher Somália -, do Programa Mundial de Alimentos (PMA, clicando aqui) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, clicando aqui).
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