quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Prioridades no aquário

No aquário:
enfim admitiu que a rede de estádios para a Copa do Mundo de 2014 não poderá ser erguida sem uma ajuda considerável do governo federal.

Pão de Açucar patrocianará CBF

... segundo a coluna Painel FC, da "Folha de S.Paulo" desta terça-feira, o contrato é de US$ 5 milhões (R$ 9,5 milhões) por um ano e não inclui a camisa mais famosa do futebol mundial.

Fora do aquário:

Doenças Negligenciadas - Clique aqui para conhecer o site

As doenças negligenciadas são doenças que afetam milhares de pessoas ao redor do mundo, mas que não dispõem de tratamentos eficazes ou adequados. Em sua maioria, são doenças tropicais infecciosas que afetam principalmente pessoas pobres, a exemplo da leishmaniose, da doença do sono, da malária, e da doença de Chagas, que geram um impacto devastador sobre a humanidade. Há um grande volume de trabalhos científicos que tratam da biologia, imunologia e genética dos parasitas causadores destas doenças, porém todo esse conhecimento não consegue se reverter em novas ferramentas terapêuticas para as pessoas afetadas. Ao contrário, tais doenças têm sido progressivamente marginalizadas por aqueles encarregados pelos programas de pesquisa tanto do setor público quanto do privado, essencialmente porque as pessoas que sofrem de doenças negligenciadas são pobres, e não oferecem um retorno lucrativo suficiente para que a indústria farmacêutica invista em pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos voltados para essas doenças. Fica claro, portanto, que a crise de falta de medicamentos para doenças negligenciadas não chegou às atuais proporções por falta de conhecimento científico, e nem somente pelo hiato entre a pesquisa básica e a pré-clínica. Esta crise é o resultado tanto das insuficientes políticas públicas voltadas para P&D de medicamentos de interesse nacional dos países em desenvolvimento, quanto da falha de mercado, provocada pelo baixo interesse econômico que esses pacientes representam para a indústria.

Desequilíbrio Fatal: Lucros arrasam as necessidades dos pacientes
Apenas 21 novos medicamentos em 30 anos
Entre 1975 e 2004, apenas 21 medicamentos foram registrados para doenças tropicais e tuberculose, ainda que estas doenças constituam mais de 11% da carga global de doença.

Durante o mesmo período, 1.535 medicamentos foram registrados para outras doenças.

Fonte: Chirac P., Torreele E., Lancet, 12 de maio de 2006, 1560-1561.

Nos países ricos, o progresso científico dos últimos 30 anos gerou avanços médicos sem precedentes e um ganho substancial na expectativa de vida. No entanto, doenças tropicais fatais, que muitas vezes podem ser prevenidas, tratáveis e curáveis continuam a assolar comunidades pobres nos países em desenvolvimento, devido, em grande parte, a falhas de mercado e de políticas públicas.

Um estudo recente sobre o financiamento mundial de inovação para doenças negligenciadas (G-Finder1, na sigla em inglês) revelou que menos de 5% deste financiamento foram investidos no grupo das doenças extremamente negligenciadas, ou seja, doença do sono, leishmaniose visceral e doença de Chagas, ainda que mais de 500 milhões de pessoas sejam ameaçadas por estas três doenças parasitárias.

As doenças negligenciadas são um problema global de saúde pública, mas a P&D das indústrias farmacêuticas é orientada quase sempre pelo lucro, estando o setor industrial privado focado nas doenças globais para as quais medicamentos podem ser produzidos e comercializados com geração de lucros. Com baixo poder aquisitivo e sem influência política, os pacientes e sistemas de saúde mais pobres não conseguem gerar o retorno financeiro exigido pela maior parte das empresas voltadas ao lucro.

A DNDi trabalha para conscientizar sobre as doenças extremamente negligenciadas e lutar por um maior envolvimento do setor público. Liderança política é fundamental para definir as prioridades de saúde global, estimular P&D, criar mecanismos de financiamento sustentável, e garantir acesso equitativo aos medicamentos essenciais.

(1) Neglected Disease Research and Development: How Much Are We Really Spending? Moran M, Guzman J, Ropars AL, McDonald A, Jameson N, et al. PLoS Medicine 2009; Vol. 6, No. 2

Fonte: http://www.dndi.org.br/Portugues/doencas_negligenciadas.aspx

É revoltante as prioridades no nosso mundo. Nada contra o esporte futebol. Mas as prioridades estão invertidas no aquário. O que poderia ser feito pela saúde de milhões com um pouco destes 10 bilhões aplicada no desenvolvimento de vacinas? E agora querem usar o dinheiro público também que deveria ser aplicado na saúde e na educação.

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